Tenho 57 anos e alguma
"experiência", algumas delas muito boas e outras nem tanto, mas me
surpreende o vocabulário e o modo de se apresentar uma empresa ao mercado de
trabalho, buscando profissionais. Todos nós sabemos do estrito profissionalismo
e da frequente especialização aos mínimos detalhes no mundo profissional. Mas
vejam e analisem o que o mercado requer, difícil? Não, simples até, mas será
que sobreviverão ao primeiro, segundo impacto econômico desfavorável? Uma baixa
nas vendas, uma alteração de preços na matéria prima, uma sacudidela na
economia mundial. Será que possuem profissionais experientes e competentes para
efetuar as modificações e mudanças necessárias? A experiência de mudar,transformar,
adequar e superar sem o impacto no número de funcionários? Talvez não.
Sei que este ou qualquer
comentário não tem o poder de quebrar preconceitos, acabar com discriminações
ou mudar sistemas ultrapassados de gestão de RH. Tudo o que posso fazer é
pedir, implorar as empresas que adotam um número qualquer de anos como “idade
limite para contratação” que admita estar enganada. Dê uma oportunidade para
aquele que já passou da idade imposta por manuais de contratação arcaicos, dê
uma oportunidade ao experiente, dê-lhe metas, trate-o como aos demais, tanto
nas cobranças como nos reconhecimentos e louros. Tenho certeza que o mundo terá
agradáveis surpresas ao perceber e reconhecer o valor do resultado desta
alquimia que funde a impulsividade e o vigor do jovem com a maturidade e a
experiência do dito “idoso”. Isto é resgatar a autoestima, a alegria, o
sentir-se útil e torná-los cidadãos outra vez. Muitos no mundo, principalmente
na Europa, já perceberam esta oportunidade de gestão humanizada e que gera
segurança administrativa, pois mantém e recicla os pensantes de uma empresa.
Vejam o exemplo dos asiáticos, possuem dois pilares importantes, o primeiro é a
valorização da educação da pré-escola ao segundo grau, onde os professores
deste nível escolástico são os mais bem pagos da carreira, pois consideram que
esta educação, que é a da formação, é a mais importante; o segundo é a
valorização dos chamados “idosos”, que são respeitados e sempre homenageados em
seus trabalhos, são a memória viva do desenvolvimento da empresa. Acho que
deveríamos repensar os nossos conceitos organizacionais e principalmente os
tais princípios arcaicos da “Reengenharia”.