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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Será que você precisa de um profissional ou de um funcionário?

Como é difícil se apresentar ao mercado, ser visível, principalmente quando já se passou da idade cronológica que o mercado aceita ou contrata. Muitos profissionaisque já pasaram da "idade comercial" hoje se sentem afastados compulsóriamente. Um trabalhador com 50 ou 55 anos não pode ser um funcionário registrado em uma multinacional, escritório ou loja. Se for do "staff", um executivo, ai sim poderá viver honrrosamente dos dividendos e receitas das gratificações recebidas. Mas e se é um pobre mortal? Aí tem algumas alternativas: vestir o pijama, entrar em depressão ou bater na porta de outras empresas para ver se consegue sair do rol dos excluídos, mesmo porque geralmente sua aposentadoria não consegue suprir suas necessidades básicas de saúde, pois já não possui o plano de saúde corporativo, comprar os remédios nem pensar o dinheiro não alcança, férias com a esposa, esqueçam, pois ele não consegue pagar.

Pois é minha gente, e, no entanto, como reforça o artigo do jornalista Gilberto Dimenstein em seu site “Aprendiz”, “depois dos 45 anos de idade, as chances de conseguir um emprego de executivo são mínimas. De acordo com levantamento da Catho, especializada em recursos humanos, apenas 9% das empresas contratam gerentes acima dessa idade – o levantamento é baseado em entrevistas com 1.356 empregadores. Se analisarmos, pela mesma pesquisa, a faixa etária de 51 a 55 anos, a média despenca para 2%. Um degrau acima, de 56 a 60 anos, atinge-se o patamar próximo de zero, mais precisamente, 0,65%”.
Não é minha intenção aqui ficar discorrendo sobre a utilidade, competência e produtividade dos chamados “idosos”.O que quero mesmo é sensibilizar algumas empresas para que percebam que os tempos mudaram não só para os jovens, mas também para os “velhos”, para as empresas, para a sociedade como um todo. Por isso mesmo, a própria Organização Mundial de Saúde reconsiderou a idade determinante da velhice que. De 65, foi elevada para 75 anos, em função de sérios estudos e levantamento estatístico mundial, que atestou o aumento progressivo da longevidade e da expectativa de vida. E vejam que estes dados mudam sobremaneira quando mudamos a pesquisa de continentes ou mesmo de países. Hoje podemos ver "idosos" praticando esportes aos 60, 70 e até mais e não estamos falando somente de esportes ditos normais para a idade como a caminhada, o alongamento e outros de baixo impacto, mas sim de pessoas fazendo maratonas, esportes radicais como MTB, triatlos, Iron Men's, escaladas, rapel entre outros. Isto é saúde, saúde mental e corpórea e a tendência é termos este numero de "idosos" loucos sempre aumentando pois a ciência e a medicina já comprovou que o esporte, a mente ocupada, a valorização pela sociedade, faz com que se viva mais e melhor, principalmente quando percebemos que somos úteis a esta sociedade e a nós mesmos.

Finalizando, sei que este ou qualquer artigo não tem o poder de quebrar preconceitos, acabar com discriminações ou mudar sistemas ultrapassados. Tudo o que posso fazer é pedir, implorar as empresas que adotam um número qualquer de anos como “idade limite para contratação” que admita estar enganada. Dê uma oportunidade para aquele que já passou das idades impostas por manuais de contratação arcaicos, dê uma oportunidade ao experiente, dê-lhe metas, trate-o como aos demais, tanto nas cobranças como nos reconhecimentos e louros. Tenho certeza que o mundo terá agradáveis surpresas ao perceber e reconhecer o valor do resultado desta alquimia que funde a impulsividade e o vigor do jovem com a maturidade e a experiência do “idoso”. Isto é resgatar a auto-estima, a alegria, o sentir-se útil e torná-los cidadãos outra vez.

Baseado em artigo de Floriano Serra, Gilberto Dimenstein  e em pensamentos, razões, reflexões e principalmente na amarga experiência deste que vos escreve.

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