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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Bicicletas elétricas - Restrições ao uso

Lei barra uso de transporte não poluente
Empresário de Maringá investe em bicicletas elétricas, mas benefício não pode ser utilizado por todos


A iniciativa ecológica de uma empresa de informática para garantir o transporte gratuito dos funcionários sem veículo próprio em Maringá, no Noroeste do estado, pode esbarrar em um impedimento imposto pela legislação de trânsito vigente.
Para ir além do vale-transporte, o empresário Christian Ribeiro, diretor-executivo da Boa Com¬pra, investiu na aquisição de bicicletas elétricas, com baterias recarregáveis, para os empregados se deslocarem entre a casa e o trabalho. Seis dos dez funcionários sem carro optaram pela modalidade de transporte e utilizam o benefício. 
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), porém, determina que para dirigir bicicletas motorizadas, caracterizadas como ciclomotores, os condutores devem ter a Autorização para Conduzir Ciclomotor (ACC). O problema é que nenhuma autoescola no Paraná oferece curso para essa categoria, de modo que o Departamento de Trânsito (Detran) exige, em substituição, que os ciclistas sejam habilitados para dirigir motocicletas – Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) nas categorias A ou AB.
Qualquer empresa que busque a alternativa das bicicletas elétricas encontra também empecilhos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que não abre espaço para tecnologias limpas. Além das especificidades do Contran e do Detran, a Lei 7.418, de 1985, determina que os patrões ofereçam apenas vale-transportes aos funcionários. Somente por causa do Detran, a empresa de Ribeiro, que tinha entregue os veículos para oito funcionários inicialmente, teve de cancelar o benefício de dois deles, que não tinham habilitações dos tipos A ou AB.
Para o diretor, a lei precisa pensar no bem-estar do funcionário, mas também em outras questões tidas como importantes, como a preservação ambiental. “Uma lei que vise o bem-estar do empregado e as boas condições para o trabalho não pode ficar alheia às questões ambientais, que afetam a todos”, diz. “Há 30 anos, quando a lei foi sancionada, as preocupações com o meio ambiente eram bem menores. Hoje, a realidade é outra: o ar está mais poluído; as ruas, congestionadas e o trabalhador mais estressado.”

Cuidados
Antes de comprar as oito bicicletas, em dezembro do ano passado, Ribeiro diz que procurou se informar sobre a legalidade da prática. Como os ciclomotores podem ser, em certa medida, mais perigosos que os ônibus, uma vez que os motoristas ficam expostos, ele equipou os veículos com retrovisores, luzes de identificação na parte frontal e traseira e freio a disco, além de fornecer capacetes. “Durante o primeiro mês de uso das bicicletas, nenhum acidente foi registrado”, observa.
Cada bicicleta custou ao empresário US$ 900, cerca de R$ 1,5 mil. Para Ribeiro, foi um investimento que vai gerar economia a longo prazo. “Economizamos R$ 114,40 por funcionário que abriu mão do vale-transporte para usar a bicicleta elétrica por mês”, relata. “Além disso, não polui o meio ambiente, pois não gera gás carbônico.”

Prática deve gerar novas discussões
Apesar da tecnologia limpa, a bicicleta elétrica poderá ser a personagem principal de várias discussões na área jurídica, se for considerada uma alternativa de transporte para os trabalhadores. Como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê apenas que as empresas ofertem transporte coletivo, a abertura de jurisdição, para debater a legalização da prática futuramente, parece provável.
Em nota enviada por e-mail, a Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região, em Maringá, afirma que qualquer empresa que oferte a bicicleta elétrica aos funcionários não está, em princípio, de acordo com a CLT. Mesmo assim, como se trata de uma inovação em conformidade com as preocupações climáticas atuais, o uso “gerará por certo inúmeras discussões jurídicas”.
O engenheiro civil Maurício Dziedzic, coordenador do programa de pós-graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo (UP), defende a ideia de que a legislação deve ser repensada quando deixa de atender às expectativas da sociedade. “A legislação tem de evoluir e essa evolução deve ser provocada por um exercício de cidadania”, observa. Em uma avaliação preliminar, ele afirma que as bicicletas elétricas dificilmente gerariam mais impacto que o ônibus do transporte coletivo no meio ambiente, desde a fabricação até o uso por parte dos funcionários.
Enquanto uma decisão final não é alcançada, o estagiário José Rodolpho de Angeli, 20 anos, continua usando a bicicleta que a empresa lhe emprestou para ir e voltar ao trabalho. Mesmo sabendo que o veículo pode ser até mais perigoso que andar de ônibus, ele diz tomar os cuidados necessários. “Só circulo por vias pouco movimentadas”, garante.

Fonte: Gazeta do Povo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Como encarar o fator "idade" no mercado de trabalho e no mundo corporativo?

Por: Paulino Jeckel - Linkedin

Em primeiro lugar, não podemos nos deixar contaminar por este tipo de discussão. O mercado está ruim para quem tem mais de quarenta? Fato. Mas também está ruim para quem é negro ou pardo (ou vamos nos iludir que o racismo terminou de fato neste país), é ruim para quem é meio gordo, muito baixo, estudou em escolas públicas, nunca pôs o pé fora do Brasil, não sabe inglês direito (mesmo estanto em um país de língua portuguesa) e muitos outros fatores que compõem o primeiro filtro de uma seleção para emprego, pois, afinal, o cara que seleciona (invariavelmente um estagiário ou analista júnior, pois o pessoal de "pedigree" mais alto só entra nas etapas seguintes) tem um prazo e dezenas de currículos a serem analizados.
E o que fazer então? Se juntar a outros "coroas" desempregados e ficar se lamuriando de quanto a sociedade é injusta, que a gente deu o sangue pela empresa e ganhou um pé no traseiro, além de outras ladainhas? Creio que não. Imagine como vai estar o nosso humor e a nossa autoestima quando chegarmos na frente de um entrevistador nas raras entrevistas que tivermos acesso? O final vai ser um "muito obrigado, vamos analisar e damos um retorno" e ambos - entrevistado e entrevistador vão sair da conversa com um grande "eu já sabia" na cabeça.
Na minha modesta opinião de quem está voltando para o mercado há míseras duas semanas e ainda não entrou em depressão, é que temos dois caminhos a seguir: um depende de nós apenas e com o outro podemos contribuir.
O primeiro é uma estratégia individual. Temos que revisar a fundo a nossa vida profissional, ver o que aprendemos nestes anos todos, o que temos a oferecer para as empresas que possam precisar do nosso trabalho e investir tudo na nossa autoestima e no nosso autoconhecimento para, na primeira oportunidade que tivermos, erguermos a cabeça, olharmos olho no olho de quem estiver nos entrevistando e, com toda a segurança e naturalidade do mundo provar por a+b que o que interessa é competência e experiência. O resto é puro preconceito...
O segundo caminho, que eu gostaria de propor, é que juntar pessoas para se lamuriar, reclamar o quanto a sociedade é injusta e ficar se deprimindo não leva a nada. Nós temos que erguer a cabeça e botar o bloco na rua. Não é possível que em todos estes anos de vida profissional não tenhamos feito uma network forte o suficiente para começar a mobilizar a opinião pública. A minha primeira campanha seria dirigida aos jovens: "geração Y, a geração z vem aí - um dia vocês estarão no nosso lugar e não vai demorar muito". Brincadeiras à parte, temos que começar a alertar a sociedade para este processo de "sucateamento humano" que não vai levar a lugar nenhum.
A sociedade é para todos e todos têm que ter o seu espaço: jovens, velhos, brancos, negros, magros, gordos, sofisticados, "ogros", etc. Se este processo de "rejuvescimento" das empresas seguir neste ritmo, imagine o que faremos com milhões de pessoas com mais de 40 anos fora do mercado de trabalho? Alguém vai ter que sustentar, possivelmente seus filhos "jovens executivos".
Sinceramente, acho que existe, sim, preconceito de idade, mas algumas pessoas conseguem romper esta barreira de alguma forma. Trata-se de uma questão cultural que precisa ser revista, assim como tantas outras que vieram antes, como aquecimento global, sustentabilidade, ecologia, etc. E tem que começar por quem tem mais interesse no assunto - nós (inclusive os mais jovens deste grupo que estão achando que o problema não é com eles - ufa -, mas que sabem que um dia será e não vai demorar muito).

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Qual o correto: Presidente ou Presidenta?

Por José Bones:
Presidenta?

Mas, afinal, que palavra é essa?
Bem, vejamos:
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do gênero, masculino ou feminino. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um exemplo (negativo) seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta. "